sábado, 31 de março de 2012

Hot Adiction


 


Capítulo 9 

- lua , tem um cara querendo falar com você. Deixa entrar? - Amber, minha secretária adentrou ao meu escritório, dando o recado. 
- Quem é? - girei minha cadeira, podendo observá-la melhor. 
- Oi luuh, sou eu! - mica apareceu sorrindo na porta. Amber o olhou feio, e começou a argumentar sobre ele não poder fazer isso. 
- Amber, é o mica, pode deixá-lo entrar - sorri, vendo mica adentrar a sala. - O que está fazendo aqui? 
- Bom, você sabe que é aniversário da sooph daqui alguns dias, eu queria fazer uma surpresa para ela e preciso da sua ajuda. 
- Tudo bem, o que você precisa? - vi mica se remexer na cadeira em que estava sentado. - Fala logo, mica, preciso voltar ao trabalho. 
- Eu preciso que você vá na sex shop comigo - ele sorriu vermelho. Espera aí, eu ouvi direito? Sex shop? 
- mica, por que raios você precisa ir numa sex shop? - ele devia estar tirando uma com a minha cara. 
- Você sabe, comprar uns brinquedinhos novos, fantasias, e além disso eu quebrei a algema que a sooph me deu - fiz uma careta ao imaginar os dois e seus 'brinquedinhos'. 
Soltei uma gargalhada, vendo mica ficar mais vermelho ainda. 
- E por que eu tenho que ir junto? Não que eu esteja recusando... - apoiei meu cotovelo na mesa, arqueando uma sobrancelha para ele. 
- Ah... Não sei fazer essas coisas sozinho, entende? - revirei os olhos, rindo. 
- Tudo bem, borges - olhei no relógio de pulso que marcava 16h44. - Daqui uns quinze minutos eu posso ir, se quiser esperar. 
- Ok, luuh! Muito obrigado - ele deu a volta em minha mesa, me dando um beijo na testa e saiu. 

- Podemos ir - sorri ao vê-lo se levantar e me seguir até fora do escritório. 
- Antes de irmos para lá, vamos buscar o chay e o arthur, ok? Eu liguei para eles e pedi que fossem juntos, para dar opinião de macho. 
- E você precisa de opinião de "machos" para saber qual vibrador é bom para você dar para a sooph? Acho que não. Se bem que vindo do arthur, é de se esperar que ele já tenha usado um - mica gargalhou. - E não fale isso para ele. 
- Sim, senhora - fomos cada um em um carro, já que eu não ia deixar o meu no estacionamento do prédio, e logo chegamos na casa de chay, que já estava nos esperando com arthur e perola no jardim. perola também iria? Era uma excursão? 
- É só falar em sexo que o perola já 'ta dentro, né? - coloquei a cabeça para fora do carro rindo. mica deixou seu veículo na casa dele (onde os meninos estavam) e fomos com o meu. 
- Olha quem fala, senhora-sou-ninfomaníaca - disse entrando no carro com os meninos. 
- Assim você me magoa! Não sou ninfomaníaca, ok? 
- É sim, lua . Não negue - chay apontou o dedo para mim pelo retrovisor, e eu retribui mandando dedo do meio para ele. - Mas eu gosto disso. 
- Tarado. 
Estacionei meu carro em frente a um sex shop, no centro da cidade. Os meninos desceram do carro e ficaram olhando para a fachada do local, que piscava toda hora, em um letreiro luminoso, o nome do estabelecimento. 
- O que foi? - parei na porta, antes de entrar. - Vocês nunca foram em um? - cruzei os braços, esperando uma resposta. Levei meus óculos à cabeça, vendo perola coçar a dele, negando minha pergunta. Sorri de lado. - Tudo bem, mas você não precisam se comportar como quatro virgens vendo coisas diferentes pela primeira vez, por favor, vocês são adultos. 
mica gargalhou e saiu na frente dos amigos, fazendo com que todos tomassem coragem e se deslocasse do lugar. 
- Olá, bem-vindos. Estão a procura de quê? - uma atendente apareceu e percebi que ela me olhou torto por estar com quatro homens. Ri baixinho. 
- Meu amigo aqui - apontei para mica, que olhava a sessão de filmes - precisa de alguns brinquedinhos para dar de presente para a namorada. 
- Algum em específico? - a vendedora olhou para mica, esperando uma resposta. 
- Não sei ainda, acho que eu e a luuh vamos dar uma olhada por aí, obrigado pela ajuda - a mulher bufou, saindo de perto. 
- Você acha que seu sei mais coisas sobre esse lugar do que a própria vendedora dele? - o olhei torto. 
- Não, luuh, mas eu fico um pouco sem graça! - ri fraco e me virei para os meninos. 
- Vocês vão comigo e com o mica, ou vão ficar procurando outras coisas? 
- Eu vou com vocês - arthur sorriu e veio até mim. 
- Tudo bem, eu e chay vamos ver o que tem pela loja. Olha, aquilo é uma boneca inflável? - perola saiu em direção à elas. Garotos. 
- Então vamos ver o presente da sooph. 
Fomos até a parte de algemas e mica ficou procurando uma diferente, enquanto eu pegava uma cestinha para ele e outra para mim. Já que estava ali, por que não fazer umas comprinhas? 
- luuh, olha isso - virei na direção da voz e vi arthur com uma coleira no pescoço e dei risada, indo até ele. Achei um chicote por perto e peguei, o colocando em volta de seu pescoço, o puxando para mim. 
- Sabia que você ficou gostoso demais com essa coleira? - sussurei na orelha dele e o senti arrepiar, dei um beijinho em seu pescoço, sentindo alguém pigarrear. Me soltei de arthur, colocando a coleira e o chicote na minha cesta, indo até mica. 
- Nossa, quantas algemas. Para que tudo isso? - ri ao ver que ele tinha cinco na cesta. 
- Nunca sabe se vai precisar a mais. E para de excitar o arthur, ou daqui a pouco ele vai precisar da boneca inflável que o perola escolheu - dei risada e saí em direção a outro corredor, onde tinham só brinquedos de plástico, uns mais estranhos que os outros. Eu pensei em passar reto, mas vi mica parado, olhando para um dos brinquedinhos. 
- Que foi, mica? Vai comprar um desses? - eu disse, apontando para um pênis de plástico cor de rosa, de mais ou menos uns treze centímetros, tentanto prender o riso. 
- Não, eu só estava olhando porque eu achava que eles faziam isso do tamanho real e não maior - o olhei sem entender. 
- mica, sinto muito em te dizer, mas eles são em tamanho normal ou maior, só o seu mesmo que é pequeno - arthur disse sério. 
- Coitado, arthur. Mas já que você disse isso, melhor levar um para a sooph - fui até a prateleira e peguei um de trinta centímetros, jogando na cestinha de mica. 
- luuh, olha o tamanho disso, isso não vai entrar nela não. Ela 'ta acostumada com o de cinco centímetros do borges - arthur gargalhou e mica mostrou o dedo do meio. 
- Garanto que é maior que o seu - mica sorriu convencido. 
- Não é não, até o do perola é maior! O seu é anormal. 
- O MEU É MAIOR QUE O DE VOCÊS JUNTOS! - berrei fazendo eles me olharem com uma feição engraçada. - Discutam isso depois, eu não quero ouvi-los dizendo qual de vocês tem o maior - segui para algum outro corredor e me deparei com fantasias. Já disse que eu adoro essa parte da loja? 
- mica, você pode se virar sem mim nessa parte, né? 
- Claro, eu sei como você gosta de fantasias e vai querer algumas. 
- Sabe disso como? - arqueei uma sobrancelha para ele. 
- Bom, a sooph me contou - ele deu um sorriso amarelo. 
- Adoro quando minha melhor amiga sai contando da minha vida sexual para os outros - fui em direção a uma roupa de enfermeira, e pensei em experimentar, mas é muito comum. Andei por ali procurando uma fantasia decente e original. Achei de alemã, estudante, professora, e até uma de chapeuzinho vermelho, até que era bonitinha e resolvi experimentar, mas antes disso senti minha cintura sendo envolvida por braços e uma fantasia depolicial na minha cara. 
- Que isso? - me virei e vi chay com um sorriso malicioso e balançando a fantasia. 
- Experimenta essa. 
- Sério? Você tem fantasias com policiais? Ai, meu deus, chay - balancei a cabeça negativamente. 
- Por favor, experimenta - fez seu biquinho, que ele sabe que consegue qualquer coisa fazendo. 
- Me dá logo isso - puxei a fantasia da mão dele e entrei no provador. Despi-me e coloquei a saia que continha o coelho da Playboy e coloquei a blusa, que continha um enorme decote. - chay? 
- Oi? - ouvi a voz dele atrás da porta. 
- Me arranja uma bota de couro e pega uma das algemas na minha cesta. 
- Para quê? 
- Já que você 'ta me fazendo experimentar essa fantasia, vou coloca-lá por inteiro, agora vai. 
Cinco minutos depois ele voltou com a bota e a algema, passando por cima do provador. Eu a calcei e coloquei o quepe, arrumando meu cabelo e segurando a algema. Olhei-me no espelho e, modéstia à parte, eu estava gostosa. Respirei fundo e saí do provador. 
- E então? - fiz uma pose sexy em frente a chay, que ficou me olhando com um sorriso malicioso. Ouvi um barulho atrás dele e nos viramos, vendo arthur tentar pegar as fantasias que ele tinha derrubado e abafei o riso, percebendo o que eu tinha causado nele. 
- Você 'ta muito gostosa nessa roupa. Eu adoraria ser preso por você - chay me abraçou, colando sua boca no meu ouvido. - Você vai levar essa fantasia, né? 
- Vou, mas agora procure mais umas duas que eu vou experimentar - sorri e voltei para o provador, esperando chay voltar com as fantasias, que ele acabou escolhendo uma de bombeiro e uma de estudante. 
Chamei por mica, que já tinha escolhido uma para levar para a sooph. Resolvemos pagar tudo e ir embora. Coloquei minha cestinha no balcão, esperando para ser atendida. 
- Nossa, mica, quanta coisa. Algemas, chicote, três fantasias, vibradores, filmes... para quê tanta coisa? - perola perguntou. 
- Essa não é minha cesta, é a da luuh. A minha é essa - levantou uma que continha as algemas, uma fantasia e o pênis de borracha que arthur tinha colocado. 
- Nossa a lua fez a festa. suede vai ficar feliz hoje à noite - perola deu uns tapinhas nas costas de chay, que sorriu convencido. Eu até pensei em mandar o perola para um lugar que ele não gostaria, mas deixei quieto. Passamos as compras e fomos embora. 

- Essa história toda de sex shop me deu fome - eu ri, passando a mão pela minha barriga. Nós havíamos deixado os meninos em suas respectivas casas e por último seria chay, que morava mais perto de mim. Estiquei meus pés em cima do painel do meu carro, que chay dirigia, ficando numa posição mais confortável do que a anterior. 
- Fome? - chay me olhou, virando a esquina da rua da casa dele. 
- É, não como desde a hora do almoço... - sorri, vendo o carrro parar aos poucos e estacionar em frente ao apartamento dele. 
- Por que não sobe? A gente pode pedir alguma coisa ou fazer uma comida, comer com companhia é melhor do que sozinho - ele piscou, me dando um abraço e um beijo em meu rosto. 
- Eu adoraria, mas eu preciso urgentemente de um banho! - fiz bico, sentindo-o deitar em meu ombro e fazer carinho em meu braço. 
- Minha casa tem banheiro, chuveiro, toalhas e aposto que tem roupas suas aí. Você, os meninos e a sophia adoram deixar coisas em casa. 
Mordi meus lábios, sentindo a mão de chay passar vagarosamente por cima da minha calça jeans. 
- Ok, chay, você venceu! - ri, vendo-o levantar a cabeça do meu ombro e sorrir abertamente. Peguei minha bolsa no banco de trás e saí, entrando no apartamento. 

chay disse que ia fazer algo para comermos e me deixou à vontade em seu banheiro. Prendi meu cabelo em um coque e abri a ducha do chuveiro. chay era muito caprichoso com as coisas, era engraçado para um cara solteiro que morava sozinho, não ter uma roupa jogada no banheiro, o tapete revirado e a descarga não dada. 
Deixei o jato forte de água tirar todo meu estresse e cansaço ralo a baixo, me deixando mais leve. 
- Ótimo, não pedi nenhuma toalha - revirei meus olhos com meu pequeno descuido, mas por sorte tinha um roupão do chay pendurado atrás da porta. O roupão era branco e cabia duas de mim dentro dele. 
Abri a porta, sentindo um cheiro gostoso, mas sem saber identificar que comida ele estava fazendo. Eu não sabia onde minhas roupas poderiam estar, e comecei a abrir todo o seu guarda roupas. 
- Cheirosa! - senti alguém chegar por trás e enfiar as duas mãos no bolso do roupão. Meu coração acelerou um pouco, por causa do susto que levei. 
- Não estou achando minhas roupas - virei meu corpo, sentindo chay me prensar contra o armário. 
- O que você acha de nem procurar? - ele sussurrou, destribuindo beijos por meu pescoço e meu busto desnudo. Arfei, sentindo chay acertar meu ponto fraco e rir por causa disso. 
Ele prensou mais meu corpo contra o guarda roupas, e apertou minha cintura com força. Levei minhas mãos até o cós de sua calça, desabotoando-a rapidamente. chay procurou com urgência minha boca, e eu não tive tempo nem de tomar fôlego. Ele prendeu seus dedos em meu cabelo, e eu fiz o mesmo, bagunçando um pouco o dele. 
chay me puxou contra seu corpo, senti sua calça cair um pouco e sua excitação bater em minha barriga. Fomos andando às cegas até a cama. Cai por cima de chay, que sem parar o beijo, me levou até o meio da cama. 
Interrompi o beijo, respirando fundo e puxando a calça dele para baixo, jogando-a longe. Passei as mãos por suas coxas, chegando perto da virilha, e senti seus pêlos eriçarem. 
Sorri para ele, que me pegou pela cintura. Fui levantando sua camiseta, enquanto beijava as partes que ficavam descobertas. chay levantou as mãos para que eu pudesse tirar sua camiseta. 
Ele voltou a colar nossos lábios, me beijando com vontade. Meu roupão começou a ficar mais frouxo e, aos poucos, chay foi tirando a única coisa que cobria meu corpo nu. Deslizei minha unha por toda extensão da sua barriga até chegar em seu membro. Parei o beijo, ouvindo-o protestar baixinho, mas ignorei, chegando ao meu objetivo. 
Desci a cueca vermelha que ele usava, segurando seu membro. Olhei para chay, que sorriu marotamente. 
- Isso é por aquele dia que eu fui muito má com você - ri, abocanhando o membro dele. Passei minha língua lentamente por toda a sua extensão, ouvindo chay gemer e entrelaçar suas mãos em meu cabelo, ajudando nos movimentos. 
Levei minha mão até a base de seu pênis, o estimulando devagar, enquanto minha língua, e os movimentos do chay, faziam o trabalho. 
Coloquei mais velocidade nos movimentos. Gemidos, por parte dele, invadiram o quarto. Continuei no mesmo ritmo, sabendo que demoraria para que chay chegasse ao ápice, a não ser que ele estivesse com algum tesão reprimido. 
- luuh... - ele disse entre gemidos. - Vem - ele disse quase em um sussurro. Parei imediatamente, ouvindo-o respirar um pouco. chay me puxou pelos braços, selando novamente nossas bocas. Me posicionei em cima dele e comecei a descer meu quadril por seu membro, sentindo-o cada vez dentro de mim. Mexi meu quadril lentamente, já sentindo algo diferente tomar conta do meu corpo. Ele me puxou contra seu corpo, fazendo com que seu pênis fosse mais fundo. Gemi. 
Me movimentei com rapidez, sabendo que aquela posição era bem favorável a mim. Nossos gemidos se misturaram e ele começou a se remexer embaixo de mim, fazendo meu coração acelerar. chay alternava em gemer ou sussurrar meu nome em meu ouvido, me dando mais prazer. Nossos corpos ja começavam a suar e me levantei novamente, ficando sentada. chay segurou minha cintura e eu comecei a cavalgar em cima dele, e minha respiração começou a falhar mais ainda. Suas pernas começaram a curvar-se e senti algo quente dentro de mim e não parei os movimentos até que senti um prazer gostoso me dominar. Meu corpo todo extremeceu, minhas pernas amoleceram, parecia até que eu ia desmaiar. chay me puxou, me dando um selinho demorado e me deitando ao seu lado. Ele me olhou sorrindo, tentando respirar normalmente. Seu peito descia e subia rapidamente. Mordi de leve seu ombro, fazendo-o sorrir mais ainda. 
- Ufa, eu... - ele respirou fundo. - Parece que acabei de sair de uma maratona! - ele disse, me deixando completamente vermelha. 
- Acho que vou ter que tomar banho de novo, antes de comer o que estava cheirando bem na cozinha. 
- Boa ideia, vou tomar banho também - o olhei com os olhos arregalados. Ele não estava... Cansado? - Hey, eu disse tomar banho! Você acha o quê, que sou uma máquina? - ele levantou seu corpo, ficando semi sentado na cama. - Sei que com todo esse meu físico, eu pareço uma e... 
- Ok, chay, sem egocentrismo por hoje, até a parte do tomar banho estava de bom tamanho - sorri, passando a mão por seus braços e o puxando. 
- Espera - ele me puxou, fazendo me sentar de novo na cama. - Você só vai comer minha comida se falar bem baixinho no meu ouvido tudo que possa fazer meu ego aumentar! - ele sorriu malicioso, esticando o pescoço perto da minha boca. 
- Isso é injustiça, meu estômago está protestanto por comida, chay suede. 
- Ou fala, ou fica sem comida. 
- Você é lindo, gostoso, maravilhoso, sexy... - tentei dizer da forma mais sedutora possível, mas era um pouco difícil porque eu estava quase rindo da situação que o chay me colocou. - Ok, quer mais? 
- Não, acho que isso já está de bom tamanho - rimos, tirando sarro um da cara do outro e dirigindo ao banheiro. 
Talvez eu devesse parar um pouco com a minha obsessão pelo arthur. chay era realmente importante para mim. 
Talvez ele fosse o certo para mim. 
Talvez. 

- Esse cheiro está realmente bom! - eu disse, entrando na cozinha com uma toalha nas mãos e enxugando meu cabelo, enquanto chay esquentava a comida recém feita. 
- Eu sou bom em tudo o que faço - ele colocou a travessa em cima da mesa, sentando. Coloquei a toalha em cima do balcão e sentei ao seu lado. - Então, como vai lá na agência? - chay me serviu o peixe, colocando mais do que devia no meu prato e se serviu também. Completei meu prato com os outros alimentos que tinham ali. 
- Normal - dei de ombros. - As mesmas pessoas, os mesmos modelos metidos - revirei os olhos, tirando uma gargalhada dele. - Ainda bem que meu trabalho é olhar para as fotos e escolher os modelos... 
- Acho esse seu trabalho muito calmo. Você tinha que pegar no batente de verdade, menina! 
- Calmo? Calmo, chay suede? Você tem noção do que é ter que escolher entre duas pessoas para poder fazer uma campanha publicitária? Você não tem noção de como minha mãe é xingada... - sorri fraco. 
- Você tem tido notícias da sua mãe? - maldita hora que eu fui tocar nesse assunto. Senti uma angústia subir pelo meu peito ao lembrar dela. Eu e minha mãe não nos falávamos há um bom tempo. Ela me abandonou, sem mais nem menos, e foi para a Finlândia. Lá mora quase minha família inteira, mas acho que isso nunca vai ser motivo para alguém ser abandonada. Fui deixada com uma tia, irmã do meu pai, cujo eu não conheci. Eu tinha uns dez anos, e se falei com minha mãe quatro vezes foi muito. E por que ela me abandonou? Porque ela mudou-se para Londres, achando que ia ser o melhor lugar para morar e ter uma excelente vida. Engravidou, meu pai a largou, e quando a nossa situação estava extrema, ela me deixou e foi embora. Sem nem falar tchau. 
Mas se nós nos falamos poucas vezes, foi por que ela não quis falar comigo. Eu vivi até os quinze anos com minha tia (que cuidou de mim como filha) e depois eu fui morar em com a sophia, quando entramos no colegial. Foi assim que eu amadureci, que consegui um emprego e pessoas maravilhosa como amigos. 
- Acho que não sei nem que idade ela tem - fitei o prato e chay percebeu que eu não estava afim de falar sobre aquilo. Ignorei as lágrimas que preecheram meus olhos. - Bom, e a loja? Como está? 
- Ótima! Você precisa dar uma passada lá, está tudo diferente. A reforma deu uma cara muito melhor para ela. 
- Fico feliz por isso. Quando fiquei sabendo que vocês iam abrir uma loja, achei que nada fosse dar certo... - chay me olhou torto, mas com um sorriso nos lábios. Me envergonhei um pouco, mas sorri também. 
- E falando em loja, sexta vou à Escócia, ver umas tendências novas de lá, depois vou para a França. Talvez eu fique umas três semanas fora - ele sorriu, todo empolgado pela viagem, e eu fui no entusiasmo dele, mas pensando bem, três semanas é bastante... 
- O que foi? Não ficou feliz por mim? Eu vou para Paris! - ele levantou as mãos, em sinal de aleluia. Ele sempre teve essa vontade, mas nunca dava certo. 
- Claro que estou feliz, chay! Só acho três semanas muito tempo! - ri de lado, recebendo um beijo na bochecha. 
- Três semanas passam rápido. Você devia vir comigo, mas seu trabalho não deixa - ele revirou os olhos e eu fiz bico. - Tira esse bico daí, senão eu vou acabar ficando por aqui! 
chay contou todos seus planos para essa viagem. Terminamos de comer e enquanto ele lavava a louça, fui escovar os dentes e pentear os cabelos, que já estavam praticamente secos. 
Continuei com a blusona que eu vestia, e prendi o cabelo em um rabo de cavalo bem alto. Voltei para a cozinha e ouvi a campainha tocar. 
- luuh, atende para mim - chay falou, enxaguando alguns pratos e caminhei até a porta. 
- arthur? - o vi parado na porta do apartamente, me olhando com a mesma cara de surpresa que eu o olhava. 
- Oi, luuh. Estou atrapalhando alguma coisa? - arthur coçou a nunca, me olhando sem graça. Ri, puxando-o pelo braço para dentro do apartamento. 
- arthur? - chay apareceu com uma pano de prato na mão e sorriu ao vê-lo ali. - O que te traz aqui? - chay olhou um pouco incomodado para mim e para arthur, mas logo abriu novamente o sorriso, puxando o amigo para um abraço. 
- Eu vim só conversar, mas se eu estiver atrapalhando... 
- arthur! - eu e chay falamos juntos. 
- Então sente-se que eu vou pegar algo para beber - chay saiu da sala e eu e arthur sentamos no sofá. Tentei puxar um pouco a camiseta que eu vestia, já que o shorts não cobria praticamente nada. 
- Você tem certeza que eu não estou atrapalhando nada? - ele me olhou receoso. 
- Quantas vezes vou ter que falar que não? - levantei as sobrancelhas e ri sem graça. Desisti de lutar contra minha camiseta que não cobria minhas pernas, e me acomodei no sofá. 
- Desculpe, arthur, não tenho nada para beber que você goste, vou até o mercado - chay apareceu na sala, quebrando os segundos de silêncio, com um pacotinho na mão. - Mas eu trouxe amendoim para você comer. Eu sei que você gosta. 
- Não precisa se incomodar, chay, deixe as bebidas para uma próxima - arthur sorriu, estendendo a mão para pega o amendoim. 
- Sem problemas, eu já estava pensando em comprar. luuh, você vem ou não? - chay me olhou com a expressão de que queria que eu fosse. 
- Não - sorri de canto. Ele me olhou por alguns instantes sem expressão nenhuma e saiu. Bom, eu não ia deixar a visita sozinha e também não estava muito afim de trocar de roupa, portanto... 
- chay preferia que você tivesse ido com ele - arthur falou, jogando amendoim para cima e 'pegando' com a boca de novo. 
- Não preferia não, e nem começa com essa história, aguiar - revirei os olhos, pegando um CD qualquer que estava em cima da mesinha para analisar o encarte. 
- Não falei nada, ué! - sorriu malicioso. - Mas e aí, quando vocês dois vão assumir o romance? - era sério? arthur ia começar com aquele papo de novo? Tirei a atenção do tal encarte e o olhei indignada. 
- Quando você vai parar com essa história? Você sabe muito bem que eu e o chay não temos romance nenhum. 
- Vocês estão sempre cheios de blá blá blá, carinhos, coisas românticas, e isso não é um romance? 
- Claro que não! - deixei o encarte de lado e passei a encará-lo. - Nós apenas fazemos coisas que agradam um ao outro, e o sentimento que temos é amizade. É o mesmo que sinto pelo perola , você ou mica. E chega de falar de mim, vamos falar sobre... Você. 
- De mim? - ele encheu a mão e colocou todo o amendoim na boca. - O que quer saber? - qual sua posição predileta, talvez? 
- Não sei, sobre sua vida, alguma coisa! Faz muito tempo que não sentamos para conversar... Desde que... - olhei para sua mão onde brilhava uma aliança dourada, mostrando para todos que ele estava noivo. Que bom. - Desde que você começou a trabalhar muito na loja - sorri, desviando da mão dele e encarando seus olhos. 
- Você não conversa comigo porque não quer, eu sempre falo para você ir para minha casa, mas você nunca vai! Até parece que lá tem algo que você não goste - ele deu de ombros, colocando mais amendoins na boca. 
- Eu ando ocupada com o trabalho, mas ok, me conte algo de bom - estiquei as pernas no sofá, fazendo com que elas roçassem na coxa dele. 
- Não sei se isso é bom, mas já que você quer saber alguma coisa, eu andei pensando em me separar da rayanna , mas eu não sei o que eu faço. Sabe, nem parece mais que eu ela somos um casal! Ela chega em casa, está sempre com dor de cabeça e vai dormir, não sei se você já percebeu, mas ela nunca se diverte com a gente, e sexo é só obrigação, não tem carinho, não tem vontade. E o pior de tudo que acho que nem traí-la eu consigo - arthur despejou as palavras e percebi que seus olhos se encheram de lágrimas. - O que eu faço? 
Abri e fechei a boca alguma vezes. Como eu iria dar um conselho amoroso para o cara que eu mais sonho em transar? 
- Não sei, acho que separação não é a melhor solução, se vocês se gostam, deviam conversar e quem sabe fazer uma viagem para relaxar, e se depois de tudo isso nada mudar, você volta a pensar na separação - cala a boca, lua ! Você devia mandá-lo dar um pé na bunda dela. 
- Eu não tinha pensado nisso - ele fungou, largando o amendoim em cima da mesinha. 
- É, você tem a mania de querer resolver as coisas das maneiras mais difíceis - revirei os olhos e ele sorriu, estendendo os braços para mim. Saí da minha posição e o abracei, sentindo aquele perfume agridoce que ele sempre usou. 
- Família, cheguei! - chay apareceu gritando na sala e eu dei um pulo de susto, fazendo ele e arthur rirem. Eu não tinha ouvido nenhum barulho no hall. 
- chay suede, qual sua intenção? Me matar? - o fuzilei com o olhar, voltando para o lugar que eu estava. Olhei para chay, que ainda mantinha o sorriso nos lábios e uma caixa de papelão na mão, que provavelmente tinha cerveja. 
- Pode ter certeza que te matar é a última opção da minha lista. 
- Eu achei que isso nem existisse na sua lista! - fiz cara de indignação e ele me mostrou a língua. 
- Ok, chega para lá, coisa feia - ele parou do meu lado, me fazendo arrastar até arthur. 
- Não me chama de feia, vou te trocar pelo arthur assim! - olhei feio para ele e arthur resolveu entrar na brincadeira, me abraçando pela cintura e me puxando para mais perto dele. 
- Perde fácil ainda, sou muito melhor do que o chay, é só olhar para mim e depois para ele, é praticamento o oposto. 
- Fica com a luuh que eu tenho a cerveja - chay deu de ombros, abraçando a caixa. 
- .toUpperCase())! - arthur gritou. - Pode ficar com a luuh... 
chay riu, passando a cerveja para arthur, uma para mim e outra para ele. Acho que a melhor coisa é ficar sentada com eles, rindo e bebendo. 
Com certeza se alguém tirasse uma foto daquele momento, eu a colocaria em um álbum e escreveria em baixo, que aquele dois são os homens da minha vida. 


#Continua...

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